11/Fev/2021
Quem é realmente o nosso maior inimigo, aquele que sabota tudo o que queremos fazer e nos derruba chamando a atenção dos nossos erros?
Se você pensou que são os outros você imaginou errado. Nosso maior inimigo é o nosso senso crítico racional que desmerece cada passo que fazemos.
Se essa percepção crítica na infância fosse tão forte como é na maturidade, possivelmente passaríamos uma dificuldade enorme para aprender a andar e a falar. Iríamos ficar envergonhados pelos erros que cometemos.
Agora já adultos, qualquer tentativa de experimentar é motivo para ficar apavorado com a percepção que os outros terão sobre a gente, ou pelo menos a idealização na nossa cabeça do que os outros estão pensando da gente.
Em vez de sermos aprendizes cometendo erros inocentes, fingimos saber tudo e fracassamos fragorosamente tentando competir com as pessoas experientes. Não há espaço para a busca da experiência.
Como enfrentamos essa situação?
Passamos a não mais assumir riscos... Tudo precisa estar absolutamente certo, se não nem iniciamos nada. Queremos o "mapa" completo do que precisa ser feito.
Ficamos esperando uma autoridade ou uma inspiração sobrenatural que fabrique esse mapa e nos dê a segurança da certeza do caminho.
Só que esse mapa não existe. Não existem receitas prontas. Todo caminho para realizações excepcionais sempre foi único para cada pessoa, e provavelmente talhado de forma bem irregular.
E aceitar um mapa que sabemos errado? Reconhecer que podemos estar trilhando um caminho desconhecido e que não chega exatamente onde sonhamos chegar, mas que pode nos levar pelo menos um pouco mais perto. Como não ter um mapa nos deixa imóveis, e ter um mapa perfeito é impossível, talvez não exista realmente uma alternativa.
A grande vantagem de ter um mapa que sabemos imperfeito é que logo que começamos a trilhar fazemos novas descobertas e enxergamos mais longe, o que nos dá a oportunidade de corrigi-lo a cada passo que damos.