24/Jun/2020
Você precisa apresentar para a sua equipe o seu ponto de vista de como resolver um problema sério que a empresa precisa resolver, mas você então desiste e deixa a bomba explodir.
Você está buscando uma promoção. Planeja falar com o chefe no dia seguinte e acaba desistindo na última hora.
Apareceu uma oportunidade de trabalho em outra empresa, só que você fica rebatendo na sua cabeça sobre como as pessoas vão te ver procurando emprego, então você começa a construir uma racionalização para você mesmo de que o outro emprego não é o ideal.
Você criou uma presença na rede social mas só posta foto de comida e de viagem, aí começa a reclamar que a rede social não serve para nada e fica com uma ponta de inveja de uma pá de gente que consegue envolver toda uma audiência por ser mais ativo.
Algum destes casos já aconteceu com você?
É doido mas cada uma destas situações representam uma defesa do seu ego para evitar o risco de ser julgado.
A escola é provavelmente o ambiente que este comportamento foi incutido na sua cabeça. Na nossa lembrança a escola foi um período lúdico que nos permitiu adquirir cultura para crescer na vida, entretanto também ensinou conformação através das punições das expressões da nossa individualidade.
Logo aprendemos que ser diferente era motivo para perseguição, bullying e críticas dos professores e orientadores. Nada de expressar algo diferente. Voar abaixo do radar passou a ser a segurança de ter a vida tranquila para focar nos estudos e nas notas.
Outros estruturas sociais como família, bairro, igreja, clube, etc. também provocam conformação de grupo, mas nada comparado com a experiência de forçar 5 a 10 horas por dia em um aprendizado desconexo da vida tendo que se submeter ao comportamento de manada.
Entretanto notas não representam significativamente o potencial futuro, apenas provam uma autodisciplina para focar em interesses de terceiros com a esperança de que estes terceiros sejam realmente visionários e que consigam te preparar para as décadas da vida que virão.
Ao mesmo tempo a capacidade de inovar, aprender, convencer, agrupar, encontrar propósito e se adaptar às situações são colocadas em segundo plano, exatamente o que se espera de uma pessoa vitoriosa nos nossos dias.
Conhecimento é cada vez mais algo de pouca escassez e, portanto, de pouco valor. Envolver, entender, fazer perguntas certas e motivar agora é o Santo Graal esperado no mercado, exatamente por ser tão escasso.
Então fomos domados e ensinados a não aparecer, aprendemos a ter vergonha e ter um ego frágil que sofre pelas percepções das pessoas. Não temos mais segurança de buscar algo para a gente sem se preocupar com o que as outras pessoas vão pensar.
A primeira coisa a fazer é quebrar este ego fragilizado de uma vez. O ego está buscando aprovação social e a primeira coisa a fazer é se expor e mostrar como você é imperfeito e inseguro.
A partir daí o medo começa a desaparecer. Se você mostra tudo o que você tem mais receio que descubram, não tem mais o quê proteger. A chantagem do ego não funciona mais.
Ah, mas se eu mostrar na empresa as minhas falhas vão acabar descobrindo que não sirvo mais para a empresa…
É mesmo?
Você passa 8 horas por dia, 5 dias por semana, por anos a fio e o teus colegas e chefes ainda não descobriram como você é realmente? Que inocência.
Mostre sua fragilidade e quebre este círculo vicioso ensinado. Vá agora mesmo escancarar seus medos e os seus sonhos reais e descubra que as consequências serão bem mais positivas do que você está sonhando.